segunda-feira, 25 de junho de 2012

O autor do verdadeiro Ateneu - Raul Pompéia




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Foto de Raul Pompéia
Raul D'Ávila Pompéia era filho de Antônio D'Ávila Pompéia e de Rosa Teixeira Pompéia. Foi morar no Rio de Janeiro e estudar no internato do Colégio Abílio, dirigido pelo educador Abílio César Borges, o barão de Macaúbas. Revelou-se bom desenhista e caricaturista, redigindo e ilustrando o jornalzinho "O Archote".

Em 1879, transferiu-se para o Colégio Pedro 2o, onde se projetou como orador e publicou o seu primeiro livro, "Uma Tragédia no Amazonas" (1880). Foi estudar direito em São Paulo, quando se engajou nas campanhas abolicionista e republicana. Escreveu em jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro, em geral sob o pseudônimo "Rapp", um dos muitos que adotaria: Pompeu Stell, Raul D., Raulino Palma etc.

Ainda em São Paulo publicou, no "Jornal do Commercio", as "Canções sem metro", poemas em prosa. E ainda, em folhetins da "Gazeta de Notícias", a novela "As Jóias da Coroa". Ambos, publicados postumamente, em livros.
Por ter sido reprovado no 3º ano de direito em São Paulo, foi conclur o curso em Recife (PE), mas nunca exerceu a advocacia.

Voltou para Rio de Janeiro, em 1885, e dedicou-se ao jornalismo, escrevendo crônicas, folhetins, artigos, contos e participando da vida boêmia das rodas intelectuais. Escreveu e publicou "O Ateneu", em formato de folhetim, na "Gazeta de Notícias", mas logo depois, já saiu em formato de livro em 8 de abril de 1888, consagrando-o definitivamente como escritor.

"O Ateneu" é um romance de cunho autobiográfico, narrado em primeira pessoa, contando o drama do menino Sérgio, que é colocado num internato para estudar e se educar. Mas pelo visto, o menino Pompéia passou mal no internato do barão de Macaúbas, e "se vinga", como diz Mário de Andrade, ao retratar um colégio semelhante sem esconder a dureza do pai, e as maldades dos colegas e do diretor. Culminando com a paixão do menino pela esposa do diretor e na destruição da escola pelo fogo, no romance, é claro.

Pompéia apresenta fortes características na linguagem, devido a seu talento de caricaturista. Seu vocabulário tem grande riqueza plástica e sonora. A princípio, a crítica o julgou pertencente ao Naturalismo, mas as qualidades artísticas mencionadas demonstram seu compromisso com o Simbolismo.

Depois da abolição, passou a dedicar-se à campanha republicana. Nesta época, colaborava em "A Rua" e no "Jornal do Commercio". Proclamada a República, em 1889, foi nomeado professor de mitologia da Escola de Belas Artes e, logo a seguir, diretor da Biblioteca Nacional.

Revelou-se um florianista exaltado, achando que seu militarismo constituía a defesa da pátria, em oposição aos intelectuais do seu grupo, como Pardal Mallet e Olavo Bilac. Com a morte de Floriano, em 1895, foi demitido da direção da Biblioteca Nacional, acusado de desacatar a pessoa do Presidente no explosivo discurso pronunciado em seu enterro.

Rompido com amigos, caluniado em artigo de Luís Murat, sentindo-se desdenhado e abandonado, inclusive dentro do jornal "A Notícia", que não publicara o artigo de sua colaboração, suicidou-se no dia de Natal de 1895.

[fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/raul-pompeia.jhtm]

Entrevista com o Autor

Em entrevista com o Ivan Jaf, a Editora Ática, pergunta sobre a coleção "Descobrindo os Clássicos" criada pelo autor.

Ática: Que reflexão você faz sobre a coleção "Descobrindo os Clássicos"? A releitura de obras fundamentais estimula realmente o interesse pela obra-matriz?

Jaf: Minha primeira preocupação, ao tentar uma releitura, é passar ao leitor a paixão que tenho pelo clássico estudado. É claro que o adolescente de hoje precisa vencer algumas barreiras para ler com prazer uma obra com uma linguagem que não é a dele. Precisa ter despertado seu interesse pela História do Brasil, pela língua portuguesa, pela estrutura psicológica dos personagens. Por isso, acredito mais na eficácia de uma coleção como esta, explicando e atualizando suas mensagens, do que as tradicionais adaptações, que acabam estragando o que os clássicos têm de fundamental: a linguagem.




[entrevista de Ivan Jaf com a Editora Ática retirada do site da editora: http://www.atica.com.br/SitePages/autores.aspx?Autor=2267&Exec=1 ]

Afinal, o que é um internato?

Um internato ou colégio interno é um estabelecimento escolar em que os alunos não apenas estudam, mas vivem entre seus pares em alojamentos normalmente anexos ao prédio principal. O regime de internato pode incluir alojamento apenas durante os dias úteis (de segunda a sexta-feira) ou também durante o fim-de-semana.
A visão antiga que se propagou até aos nossos dias é que internato é castigo para filho rebelde e mantinha uma postura muito rígida. Porém, hoje, temos uma nova visão sobre os colégio internos. Eles apresentam uma excelente infra-estrutura para deixar os alunos envolvidos com atividades saudáveis, os sete dias da semana. Os internatos foram criados por Joseph Anthony Clintsberg, na Inglaterra, no século XIV, para conter a crise de filhos desobedientes e alterados da época.

Resumo, Onde fica o Ateneu? - 9º 306

Mendes é um detetive rude, e um tanto atrapalhado, que não tem afeto por ninguém. Passou a infância em um internato, sem nenhuma ligação com os pais, que nunca mais viu. Vivia em seu próprio escritório, porque o dinheiro já não estava dando pro aluguel da casa. A pedido do misterioso senhor T., Mendes começou a investigar mistérios que rondavam O Ateneu, livro de Raul Pompéia. A partir daí, sua vida se transforma. Ele não apenas se envolve com a trama e se identifica com Sérgio, o protagonista, como também descobre fatos especiais sobre o romance e, principalmente, sobre sua própria vida.
Mas Mendes percebeu que esta não seria uma investigação comum, não iria atrás de um bandido, pistas concretas ou lidaria com um crime, Mendes deveria investigar por outros meios, através dos livros. O que não era muito agradável para ele, que era ignorante e gostava da prática. Era um ótimo policial e atirava muito bem, mas quando se tratava de relaxar e prestar atenção em uma leitura era péssimo.
No começo, arranjou pequenas confusões na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, mas depois conseguiu se adaptar ao sistema. Lá, Mendes conheceu Beth e se apaixonou a primeira vista, mas achou que não teria chance, até porque ela era muito bonita. Mas aos poucos, eles foram se aproximando. Beth ajudou muito Mendes nas pesquisas, até que um dia, ele criou coragem e a convidou pra sair. Para o espanto do detetive, que esperava de cara um não, a linda bibliotecária aceitou.
Beth também havia gostado do detetive, mas não gostava do seu estilo: cabelo seboso de tanto óleo de amêndoas e o modo como se vestia, Mendes era muito desleixado. E de uma vez só, contou tudo isso a ele. Os dois combinaram de comprar novas roupas e foi onde começou o romance.
Quanto mais se aprofundava no livro de Raul Pompéia, Mendes lembrava, com certo rancor do seu passado no internato. Identificava-se com histórias contadas no livro e se comovia com tudo aquilo.
Aos poucos, Mendes, foi juntando os pontos e quando concluiu o caso, recebeu de Beth uma lista com todos os livros em que tinha pesquisado vinda de um senhor que estivera na Biblioteca. Mendes pediu o endereço do homem e foi atrás dele para buscar respostas.
Ao ir atrás do tal homem, Mendes pensou que fosse uma armadilha de algum ex detento que queria se vingar dele. Mas se enganou.
Ao chegar ao número do apartamento do endereço, Mendes entrou com tudo porta a dentro e descobriu que o homem era o senhor T.
Depois de uma longa discussão sobre o livro, o senhor T revela seu verdadeiro nome a Mendes, Teodoro Sampaio Mendes, que na verdade, descobre que é seu pai. Ele havia passado muitos anos na cadeia e depois de dois anos conseguiu encontrar o filho como detetive particular.
Teodoro temia que seu filho o rejeitasse por tudo que havia acontecido e usou o livro para se aproximar.
Mendes concluiu que O Ateneu, não era apenas um internato, mas o conjunto de descrições dos três colégios mais importantes daquela época, o Colégio Abílio, o Imperial Colégio Pedro II e o internato São José, Pompéia estudou nos dois primeiros. O livro foi escrito quando ele tinha 25 anos. Mas seu pai já sabia de tudo isso.
Curioso, Mendes quis saber sobre sua mãe, mas Teodoro não tinha noticias dela. Eles combinaram de procurá-la e Mendes iria se mudar para a casa do pai.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre o Autor

 
Nascido no Rio de Janeiro em 1957, Ivan Jaf abandonou as duas faculdades que cursava — Jornalismo e Filosofia — e foi morar em Londres, onde se apaixonou por uma máquina de escrever numa feira de antiguidades. Comprou a máquina. Foi dessa forma inusitada que teve início sua carreira de escritor.  Logo se tornou roteirista de histórias em quadrinhos de terror e ficção científica. Daí para a literatura infantojuvenil foi um passo. Ivan possui mais de cinquenta livros publicados e vários outros por vir. Alguns deles são protagonizados por vampiros, uma herança de seus tempos de quadrinhos de terror, e trazem temas da história do Brasil. Neste caso os vampiros vêm bem a calhar: por serem imortais, podem vivenciar vários períodos históricos e sobreviver para contar. É o que acontece em O vampiro que descobriu o Brasil. Publicado em 2000 em comemoração aos quinhentos anos do descobrimento do país, é um dos maiores sucessos do autor.  Quando era pequeno, Ivan queria ser detetive particular. Chegou a fazer cursos... por correspondência. Hoje, aproveita esse talento para pesquisar dados e informações para seus livros, roteiros de cinema e de histórias em quadrinhos e para suas peças de teatro.
[informação tirada do site da editora Ática -http://www.atica.com.br/SitePages/autores.aspx?Autor=2267&Exec=1]

Sobre o Livro


"Onde fica o Ateneu?" é uma releitura do livro "O Ateneu" de Raul Pompéia, feita por Ivan Jaf.
O livro conta a história de uma investigação policial sobre O Ateneu, onde o detetive Mendes, que passou pela mesma situação do personagem principal do livro, tenta descobrir os mitos e verdades contados por Pompéia através de Sérgio. 

Sinopse:
" Onde fica o Ateneu? Ele realmente foi incendiado? Houve um assassinato lá? Quem foi o assassino? Quem era o assassinado? ... Mistérios, que o detetive Mendes é contratado para investigar. Mas esse trabalho não seria tão fácil assim: esses acontecimentos se passaram dentro de um livro, camado O Ateneu, um clássico da literatura brasileira. É nos livros, portanto, que o detetive vai ter que buscar pistas. Essa investigação, além de trazer problemas para muita gente, vai levar Mendes a grandes descobertas sobre o mundo dos livros, sobre si mesmo, sobre a vida. Dessa forma Ivan Jaf nos desvenda a polêmica obra de Raul Pompéia, O Ateneu, numa aventura policial muito divertida e cheia de surpresas."

Dúvidas, pistas, possíveis assassinos, muitas lembranças, boas e ruins, do passado e um único livro. Uma história fantástica que te prende do começo ao fim e te faz refletir sobre alguns assuntos.